sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Foco


Quem então
Levantaria do sepulcro das constelações
Uma dúvida acerca dos teus olhos gulosos
Que ingeriram todo o brilho esfumaçante
Das estrelas que jazem mortas e reluzentes?

Pouca inspiração
Não aflige as reais razões do meu escrever

A explosão de idéias que a tua pele me inspira
É tão fascinante quanto um universo que se cria e se dobra
Que se alimenta de si mesmo
E se auto-sustenta

Toda essa forma com que teu sorriso
Estica olhos em alegria
E faz bocas tocarem orelhas
É o que inevitavelmente
Inspira toda a realeza
Dos devaneios poéticos

Essas coisas que te escrevo
Sem falsa modéstia
São pobres
Ínfimas
E inúteis
Quando comparadas com a sutileza com que teus olhos
Disseminam versos no ar.

O teu sorriso reverberando pelas paredes brancas
Ou da cor que queiram tomar
Atordoa os ouvidos mesquinhos
E derrama paixão no ouvido que te quer

És a aventura que livros tentam aumentar
A verdadeira natureza do espontâneo
E a franca mentira dos destinos pacatos
Porque tudo em ti grita
Tudo em ti compõe ambas as partes do todo
Tudo em ti, principalmente, acaricia o medo do fracasso
Antes de devorá-lo

Retumbante quebra de paradigmas
Contraditório comportamento teu
És projétil de absoluto
Mas vejo a dúvida em teus olhos foscos
Sufocando o que deveria ser livre
Dando grilhões ao permitir-se
Ao entregar-se

Ah, coisa linda
Tu és o conceito e a figura do que se conhece por liberdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário