quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

tempo teu

Beber da tua fonte duvidosa

Como se o acaso fosse certo

Desconstituindo o exato

Desobstruindo a passagem do obvio

É mancomunar com a tua lição de beleza


Vida passageira e demorada

Gigante e mínima

Que não permite hesitações

Ou contratempos de esperança

Que não dá acesso a expectativas

Que corrobora apenas para o acontecimento do agora


Quanto tempo leva o tempo pra passar ao teu lado?

Quanto tempo passas pra ver o tempo passar?

O tempo passa sem nem te olhar

Sem dar-te a maldição do perecimento


És eterna

Pelo menos em meus olhos

Que te sondam a todo instante

Perdendo a noção de que o tempo

Infelizmente vai me ver passar

Me açoitando a inspiração

Da úmida espera por tuas delicadas letras

Que me dirigem toda a fonte do absurdo

Toda a comunhão dos conceitos insensatos


O amadurecimento dos versos

Propagados em papeis perecíveis

Não exalam da perpetuidade dos teus olhos

Triunfando o escuro do meu quarto


É por isso, coisa minha

Que o oco das emoções

Só pode existir ao teu lado

Quando tudo perde o sentido

Para dar sentido a tudo.

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