Eu quero hoje escrever-te
Porque teus olhos mais uma vez retumbaram minha inspiração
A tua lenta e calma voz
Fazendo cessar todo o intranqüilo
E todo o excesso do inútil
Hoje, eu parei pra pensar
E quando menos vi
Me roubaste os pensamentos
Me invadiste a penumbra dos dias sem luz
E irradiaste toda a proeza do teu sorriso alvo
Rescindindo toda a ingratidão natural do ar
Que não permite que o mundo respire o que já foi teu
Na verdade,
O fascínio dos olhos que te espreitam
É a mais clara evidencia
Da torpeza que transmites
Organizando paralelos tortos
Tua gritante onda de desejo
Inspira versos
Tão cotidianos
E por isso tão exuberantes como tu
As tuas palavras suam saudade
Saudade do que não viste
Transformando todos naquilo que desejas
E fazendo-os desejar avidamente
O ser humano que és.
Do comum, habitual, rotineiro e do cotidiano nascem versos... mas é preciso ter olhos de poeta pra ver... vc tem...
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