sábado, 4 de dezembro de 2010

conteúdo pelo continente

Eu acordei daquele sonho

Imaginando por qual sono

Meu coração vagou pela noite que deixei pra trás


Um dia eu acordei sem saber se tudo estava igual

Não sabia ao certo o que jazera

Permaneci imóvel, agindo ao natural

E mais uma vez, em mim mesmo me perdera


Me perdi na corrente incessante e implacável de pensamentos

Me perdi no leviano imaginar de meus músculos moles

A percepção do mundo além de mim é sempre calma e paciente


A carne do coração aperta um pouco

Dificultando a respiração tranqüila


As mãos gélidas

Os pés escondidos em um lençol de vergonha e prazer

A lembrança ardendo em dor e alegria

A vida escapulindo entre meus dedos

O suor escorrendo da testa quente

O travesseiro duro

Perturbando a trama diabólica do sonho


Gritos do além carne

Tentando me fazer esquecer

Dos teus olhos claros e indiferentes

De uma noite de torpeza e prazer

Dos teus gestos absurdos e desnecessários

Que eu tanto prezo

Que naquela noite

Se transformaram na calma e no silêncio

Que me expurgaram à tua companhia

Que me abstraíram da tua pele vibrante

De inconcebível e orgânico sabor


A tua paciência

Calma

Serenidade

Realmente me tiram do sério

Pois, meu bem,

Eu preciso da tua revolta

Da tua mácula mundana

E do teu hálito de insatisfação

Pra que todo o resto permaneça calmo.

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