terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pretinha

Eu me mal acostumo

Com toda essa tua imagem

Bem definida

De coisas inconstantes e impalpáveis

Eu refratei-te

Em cada canto do meu ego

Me assanhando os pelos do sensato

E concluindo o que gostaria que restasse para sempre incompleto


Entraste por uma passagem quase que improvável

E justificaste toda a existência de flores

Planificaste todas as possibilidades de beleza

Atrevendo-se a compor frenesis de saudade


Ai, meu bem,

Esse meu ai se repete a cada vez que te vejo

Inundando minha imaginação

Invadindo minha inspiração

Perturbando a ordem natural dos meus pensamentos

Mudaste os conceitos e concepções de graça e sedução

Conferindo novo significado ao existir

Semente de perfeição

Germinar do belo


Vejo-te como a nascente de toda a poesia

De todas as coisas que são tão naturais como a chuva

Sim, és deslumbrantemente perfeita

Como tudo aquilo que é imutável e absoluto

Perpetuando todas as possibilidades e ângulos do viver


Ah, pretinha

Se eu pudesse te dizer todas as coisas reais que és

Se eu pudesse te mostrar a única forma que o mundo pode te ver

És fraternidade dos adjetivos

E agrupamento de qualidades

Alvo de todos os meus elogios

E vida contemplativa


Não, eu não te prometo o ausente

Desculpe, mas é minha natureza

É minha natureza buscar o teu natural

Cercear toda a distância de se expandir

Convocar todas as espécies de metáforas

Para tentar explicar-te em vão


Esquecer-te é tarefa de seres que não existem

Daqueles que não tem olhos ou bocas

Que tateiam a infelicidade como única possibilidade de vida

Sim, és personificação da noite

Do encerrar de tudo

Porque toda a beleza, graça, mistério

Sedução, contemplação

Completude, perfeição

Encerram suas existências quando em contato contigo.

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