Eu me mal acostumo
Com toda essa tua imagem
Bem definida
De coisas inconstantes e impalpáveis
Eu refratei-te
Em cada canto do meu ego
Me assanhando os pelos do sensato
E concluindo o que gostaria que restasse para sempre incompleto
Entraste por uma passagem quase que improvável
E justificaste toda a existência de flores
Planificaste todas as possibilidades de beleza
Atrevendo-se a compor frenesis de saudade
Ai, meu bem,
Esse meu ai se repete a cada vez que te vejo
Inundando minha imaginação
Invadindo minha inspiração
Perturbando a ordem natural dos meus pensamentos
Mudaste os conceitos e concepções de graça e sedução
Conferindo novo significado ao existir
Semente de perfeição
Germinar do belo
Vejo-te como a nascente de toda a poesia
De todas as coisas que são tão naturais como a chuva
Sim, és deslumbrantemente perfeita
Como tudo aquilo que é imutável e absoluto
Perpetuando todas as possibilidades e ângulos do viver
Ah, pretinha
Se eu pudesse te dizer todas as coisas reais que és
Se eu pudesse te mostrar a única forma que o mundo pode te ver
És fraternidade dos adjetivos
E agrupamento de qualidades
Alvo de todos os meus elogios
E vida contemplativa
Não, eu não te prometo o ausente
Desculpe, mas é minha natureza
É minha natureza buscar o teu natural
Cercear toda a distância de se expandir
Convocar todas as espécies de metáforas
Para tentar explicar-te em vão
Esquecer-te é tarefa de seres que não existem
Daqueles que não tem olhos ou bocas
Que tateiam a infelicidade como única possibilidade de vida
Sim, és personificação da noite
Do encerrar de tudo
Porque toda a beleza, graça, mistério
Sedução, contemplação
Completude, perfeição
Encerram suas existências quando em contato contigo.
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