segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desculpa!

Tu és um ser estranho
Esquisito
E brilhante
De súbito somes
Me avisando que sumirás
Me contaminando com essa saudade

A tua ausência me persegue
Como sombra virulenta de vontade
Grito surdo de paixão
Razão nobre do pensamento

Avistar-te caminhando em distância
É dor e contemplação
É querer tocar sem alcançar
É me perder em imaginação da plenitude dos teus lábios

Protejo-te da minha saudade
Te poupando onde posso a tranqüilidade
Até me deixar sucumbir pelas letras
Pela poesia minha que me suga
E te admira
Ah, como és assim tão clara
Tão transparente
E tão surpreendente
Aglomerado de contradições
Idealizada vividamente pela emoção

És filha do sublime
Tua língua é doce
E sem misericórdia
Teus olhos mansos
E fatais
Tuas mãos leves
E dominadoras

É assim mesmo
Trepidando os olhos que te observam
Encarando-os com teu espírito
Com tua palavra vivificante
E mortífera

Sem movimentações bruscas
Tens gestos leves como o de um predador
Mas que deseja ser caça
Divina contradição natural.

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