Não é segredo que eu me fascino por ti
Não, meu bem,
É bem verdade que o teu jeito de andar
Laça meus olhos em contemplação
Os teus incômodos
E o teu sorriso
São sempre chamativos e fraternos
Imitados pela a chuva das três
A forma como a manhã se mexe
Tem a beleza pendular dos teus cabelos caídos
Esses teus cabelos de uma cor que não defino
Essa coisa toda de caracóis misteriosos
Estranhos brilham meus olhos
Quando se deparam com o inverno da tua pele
Esse implacável e majestoso
Interminável e magnífico
Ah, chérie
Falar dos teus olhos é difícil
É tentar descrever o tudo
Sem perdão a erros
Confesso que me intimido por eles
Que me pego subestimando o sublime
E tentando ser alvo
Amo-os de qualquer forma
Baixos, calmos, excitados
Alegres, perdidos, confusos
Adoro quando se escondem atrás de vidros
Fato é que és feita de poesia indizível
De uma poética sutil e delicada
Na mais forte forma de independência
Encerrando todo o sentido de graça
E portando uma beleza que nunca se põe.
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