O tempo
Algoz da carne
Ainda não me permitiu consumar-te
Como parte serena de mim
Não, ainda não
O tempo só me permitiu admirar-te
E perpetuar a minha esperança
No ser humano que és
Razão primeira de primavera
Noção única de beleza
Os teus olhos serenos e embaraçados
O teu charme revoando no deserto das duas
Compensam todo o sacrifício de te admirar de longe
Contemplando a tua calma e o teu caminhar
Ah, sinceridade exacerbada da minha carência
Me faz dizer o que quer enterrar-se calado
Quer gritar o que vive amordaçado
Não te envergonhes por um minuto do que és
Nem dês passos atrás
És incapaz de hesitações
Mas hospedeira de uma insegurança graciosa
Teu carinho fugaz
É sempre o desafio de mais um dia de conquista
Pequena menina dos cabelos coloridos
Os que não tremem diante de ti
São os que não compreendem a grandeza da tua presença
Os ignorantes que perdem o sabor de escrever-te
Ah, meu bem
Vou te dizer
São tantas coisas ainda caladas
Que amenizam a espera
Que vibram em consonância com a minha inspiração
Não és uma
Mas uma multiplicidade de seres sublimes
Que permanecem misteriosos para mim
Mas que meus olhos caçam em ansiedade
Buscar o verdadeiro significado belo da tua existência.
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