segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O que não é

O tempo

Algoz da carne

Ainda não me permitiu consumar-te

Como parte serena de mim


Não, ainda não

O tempo só me permitiu admirar-te

E perpetuar a minha esperança

No ser humano que és


Razão primeira de primavera

Noção única de beleza


Os teus olhos serenos e embaraçados

O teu charme revoando no deserto das duas

Compensam todo o sacrifício de te admirar de longe

Contemplando a tua calma e o teu caminhar


Ah, sinceridade exacerbada da minha carência

Me faz dizer o que quer enterrar-se calado

Quer gritar o que vive amordaçado


Não te envergonhes por um minuto do que és

Nem dês passos atrás

És incapaz de hesitações

Mas hospedeira de uma insegurança graciosa


Teu carinho fugaz

É sempre o desafio de mais um dia de conquista

Pequena menina dos cabelos coloridos


Os que não tremem diante de ti

São os que não compreendem a grandeza da tua presença

Os ignorantes que perdem o sabor de escrever-te


Ah, meu bem

Vou te dizer

São tantas coisas ainda caladas

Que amenizam a espera

Que vibram em consonância com a minha inspiração


Não és uma

Mas uma multiplicidade de seres sublimes

Que permanecem misteriosos para mim

Mas que meus olhos caçam em ansiedade

Buscar o verdadeiro significado belo da tua existência.

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