És meu sol em catarse
A luz que cega e chora
O que suporta o meu intimo
Aquilo que faz as dores da vida
Se tornarem a morte da solidão
Retrucas todo o meu amor
Dás reciprocidade aos meus olhos
Baixos, saudosos e fraternos
Te buscando em frias comunicações
Te trazendo de volta
Vestida de lembrança
Te perpetuando em mim
Trajada de futuro
Em expectativas reais
Ah, meu bem
Não desperdices minhas letras
Que te dão morada em mim
Que te abrigam no meu toque
Que via de regra
É frio e seco
Nas minhas mãos
E em meu peito
Quase nada vive
Nunca viveu
Mas tu vivificas
E me dás necessidade
Do que nunca havia tido
Eu me desfaço no negro lençol
Na víbora silenciosa da nossa saudade
Do nosso veneno e saúde
Os corpos se tocaram em desejo
As mãos apertaram-se em confiança
Os hálitos embaraçaram-se no espaço entre as bocas
Os olhos entreabertos
Viam-se na penumbra do romance
Corpos encaixados em prazer
Em íntima troca
Umbigos e cinturas
Que se beijam
E a pressa e o tempo
Se desfizeram
Perderam sua necessidade
Sua razão de existir
O que restou fora um momento sem tempo
Uma noite sem fim necessário
Uma alvorada voluntária
Um sol, que bem me lembro,
Nasceu vermelho em paixão
Aguardando o teu divino acordar
É vivido lembrar
Do teu rosto em pura sonolência
Repousando em meu peito
Agora fadado ao egoísmo das musicas de amor
A tua noite em mim
Fora uma noite de versos inesquecíveis
Em grata companhia eterna
Uma noite que até agora
Não teve coragem de acabar em mim
Em uma maquina gigante
Voaste em direção a um destino
Teimoso destino
Que insiste em nos unir
Em um uníssono
Refrão de saudade
Nos une em um monossilábico significado
Na palavra que nos representa
No som que nos identifica
Naquele verso que é o fundamento do nosso existir
O “sim”.
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