terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A noite e o "sim"

És meu sol em catarse

A luz que cega e chora

O que suporta o meu intimo

Aquilo que faz as dores da vida

Se tornarem a morte da solidão


Retrucas todo o meu amor

Dás reciprocidade aos meus olhos

Baixos, saudosos e fraternos

Te buscando em frias comunicações

Te trazendo de volta

Vestida de lembrança

Te perpetuando em mim

Trajada de futuro

Em expectativas reais


Ah, meu bem

Não desperdices minhas letras

Que te dão morada em mim

Que te abrigam no meu toque

Que via de regra

É frio e seco


Nas minhas mãos

E em meu peito

Quase nada vive

Nunca viveu

Mas tu vivificas

E me dás necessidade

Do que nunca havia tido


Eu me desfaço no negro lençol

Na víbora silenciosa da nossa saudade

Do nosso veneno e saúde


Os corpos se tocaram em desejo

As mãos apertaram-se em confiança

Os hálitos embaraçaram-se no espaço entre as bocas

Os olhos entreabertos

Viam-se na penumbra do romance


Corpos encaixados em prazer

Em íntima troca

Umbigos e cinturas

Que se beijam


E a pressa e o tempo

Se desfizeram

Perderam sua necessidade

Sua razão de existir

O que restou fora um momento sem tempo

Uma noite sem fim necessário

Uma alvorada voluntária

Um sol, que bem me lembro,

Nasceu vermelho em paixão

Aguardando o teu divino acordar


É vivido lembrar

Do teu rosto em pura sonolência

Repousando em meu peito

Agora fadado ao egoísmo das musicas de amor


A tua noite em mim

Fora uma noite de versos inesquecíveis

Em grata companhia eterna

Uma noite que até agora

Não teve coragem de acabar em mim


Em uma maquina gigante

Voaste em direção a um destino

Teimoso destino

Que insiste em nos unir

Em um uníssono

Refrão de saudade


Nos une em um monossilábico significado

Na palavra que nos representa

No som que nos identifica

Naquele verso que é o fundamento do nosso existir

O “sim”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário