segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ensaio sobre a luz

Eu ainda causo-te o arrependimento

Os verões desnecessários

Passam por minha janela

Deixando o degrade da tua partida


Eu poderia lembrar-me das tuas noites

Por vidas sem fim


A tua imortalidade

Deixada pelas noites primaveris

Chegam a mim com tom cruel

Com tom de açoite

De surra

De tortura


A tua mão repousada sobre teus livros

Me trazem a lembrança do teu tato

Assim como trazem os rios a meus olhos


Eu lembro tanto, meu bem

Do movimento dos teus olhos

Da esquerda para a direita

Lendo minhas poesias

Assim como tua boca

Que com o passar dos versos

Iniciava o sublime movimento do teu sorriso


Se tem algo que me conforta

É a lembrança do teu corpo

De frente pra mim

Em posição de abraço

Me dedicando o teu aroma

O teu toque


Se tem algo que me fere

É a lembrança das tuas costas

Me deixando

Me deixando um espaço vazio

Onde os meus versos não podem te alcançar

E a minha dor não pode lembrar-te


Mas lembra, meu bem

Lembra e nunca esquece

Dos dias juntos

Em que o seu numero representa o infinito

E os nossos corpos tenderam a cola

Ao grude de amor e carne

Que sempre nos compôs


És paciência e teimosia

O café em insônia

Minha droga pessoal

Minha doce dependência sem precedentes

Intervalando minhas dores

Ritmando meus versos

E se compondo em luz

A tua única e fiel natureza.

Paulinho 22/02/2011

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