segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Farol


Teu corpo marcado e findado
No alvo das estrelas que nem sempre aparecem
Teus olhos cravados com as esmeraldas da coragem
E o pequeno corpo frágil de cordeiro, caça.

E os teus dedos e movimentos
Percorrendo o amago da nostalgia das horas
Fadadas a te louvarem a cada segundo da tua curta e imensa vida

És a frustração dos corpos celestes
Encobertos pela fumaça dos homens

E a tua mente se entorpece

Teus olhos diminuem o farol da tua atenção
E teu amor se entrega pra mim
Em estado absoluto de espirito

Afinal, cruzaste terras e naturezas
Em ambulantes pássaros, teus fieis
E os ventos te trouxeram pra mim
No cuspe do destino que não existe
No colo do imaginário
Nisso que os pequenos chamariam de sonho.

No teu templo que habito
Percorro minhas coragens e virtudes
Te entregando a felicidade das letras

Minhas poesias são agora tuas
Minha mente compõe em tua homenagem
Na homenagem do pequeno poeta
Diante da franqueza da tua beleza.

O espaço se contrai com as tuas passadas
O mundo reverencia a forma como tua pele se marca
Ou como marcas a pele tingindo a alma.

Perseveras em minhas letras
Como teu amor persevera em mim
Sem cessar a necessidade mutua
Que sente o alvo das nossas mãos
De procurarem umas as outras
Em uma dança de chegada e regresso.

Me abrigaste em teu infinito e celeste amor
Eu te eternizei no negro dos meus olhos
E nas letras e palavras que desenham minha alma, tua.

-Paulinho Tamer
09/01/2013

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