sábado, 18 de setembro de 2010

Opostos

Os pergaminhos do tempo
Te mantiveram viva em mim
Como lenda insustentável
Como algo inopinável

As incontáveis estrelas
Que sempre surgem
Em céus diferentes das cidades
Jaspearam os teus olhos
Moldados em fogo e luz

Transpirei o veneno que me deixaste
Expurguei quase toda a mentira
Que eu mesmo mantive viva
Fechei meus braços sobre meu corpo
E prendi com dureza a única verdade que me restava

Arregalaste os horizontes fechados
Penetraste no mundo além do mundo
No eu além do eu
Quebraste as fronteiras do certo e errado

É. De fato és a superação de ti
És o monumento erguido de amor e ódio
Guerra e paz entre opostos
És moldada pelo bem e pelo mal

Estás no centro de tudo
Mediando toda divindade e paixão
Meditando toda loucura e razão
Santuário dos contrários
Repudio dos sensatos
Temor dos exatos

Eu não compreendo teu pensar
Por isso talvez me interesse tanto
Pela tua insensatez constante
Pelo teu barato irritante

És a estupidez sensível
A menina invisível
Que se esconde em mulher
De beleza e grandes olhos

És o medo de mim
O feio de ti
O belo dali
E o meio do mundo.

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