Ontem marquei meu corpo
Marquei com algo definitivo
Com algo que assombraria os olhos vãos
Os olhos que são só do agora
Eu feri minha pele
Com uma marca mais antiga do que a ferida
Marquei-me com o símbolo da completude
Da interminável razão do pêndulo nosso
Com o ícone das tuas veias pulsantes
Dos teus sinais inebriantes
E de um sorriso que cega
Inspiro-me no teu paradigma de naturalidade
Na tua busca incessante pelo tudo
Entendendo a natureza das coisas
Sem contentar-se com as migalhas
Ah meu bem, a ferida ainda me dói
A cicatriz coça
E a cada martírio da pele
Eu sinto a doçura das tuas mãos em mim
Eu vejo na saudade das bocas
Na degustação das nossas salivas
A esperança inabalável das nossas mentes
E a progressão incessante dos nossos amores
Eu parti pelo ter
Não pelo querer
E na razão contida nos meus olhos
E a paixão irrompida em meu peito
Eu retornarei a algo que desde seu principio é sem retorno
Meu bem eu tive todas as razões para te deixar
Momentaneamente te deixar
Mas tive só uma pra permanecer
E permaneci
Insculpido em teu peito
Marcado em tua pele
Com a mais doce lembrança do que nunca precisa ser lembrado
Daquilo que jamais é esquecido
O infinito pródigo do nosso amor.
Sou fã da tua poesia.
ResponderExcluirPaulo, lindo texto!
Cheira a ferida se fechando...
Parabéns!