Eu tenho passado dias sem um sol no céu
Dias em que as nuvens escondem a beleza celestial
Dias em que o negro do firmamento
Não me permite avaliar a beleza do acima
São dias úmidos e difíceis para a natureza
Dia em que tudo chora
Em que tudo lacrimeja
Eu tenho caminhado por ruas vazias e claras
Em que rostos estranhos e frios tem me chamado a atenção
Eu tenho andado por onde ninguém mais anda
Só as almas perdidas como antes a minha era
Pensam em dar passos largos e velozes
Em direção a um destino desconhecido
Indo de encontro com um objetivo até agora misterioso
Nada disso me importa
Nada disso me aflige nos dias que vivo
Vejo que nada entristeceu
Nenhum céu enegrece a toa
Nenhuma nuvem derrama lágrimas pelo simples ato
Nenhuma física explica o que se passa com a natureza
Tudo, na verdade
É composto por uma física volitiva e passional
Que o céu, as nuvens e o sol
Tem de reverenciar
Uma beleza tão cotidiana
Tão castanha
Tão grandiosa
Tão peculiar
A lógica esvaiu-se do natural
Hoje, as nuvens me cercam por essas ruas
Hoje, o pranto do céu só lava o chão por onde passo
E, hoje, o Sol saiu do céu e caminha a meu lado
É, meu bem
O mundo se rendeu a tua impaciência
A vida rendeu-se aos teus olhos grandes
Para que tu,
Inexplicavelmente
Desse a luz ao meu amor.
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